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segunda-feira, 21 de março de 2011

Gestor Ambiental

A que veio o Gestor Ambiental
Fonte: http://orionbeta3.blogspot.com/

A importância da questão ambiental é fato. Basta procurar qualquer meio de comunicação e fatalmente encontrar-se-á uma notícia da área ambiental.

Com o surgimento da Política Nacional do Meio Ambiente em 1981, o Brasil passou a ser um dos países com a melhor legislação ambiental do mundo. Acerca dessa legislação norteadora, foram surgindo outras normas ambientais nas esferas municipal, estadual e federal. Anos mais tarde, a Constituição Federal de 1988 dedicou o artigo 225º ao meio ambiente e trouxe à luz a questão novamente.
Décadas atrás, os profissionais que atuavam nas áreas de meio ambiente eram biólogos, geógrafos, engenheiros e até advogados; porém a questão ambiental começa a pressionar a sociedade a criar um profissional que tenha uma visão mais holística para entender e gerir as facetas ambientais. É necessário reunir, em um mesmo profissional, características para compreender a legislação ambiental brasileira, a importância dos recursos naturais, a história e luta do movimento ambientalista, o conhecimento dos graves problemas urbanos que surgem com o desenvolvimento das metrópoles, noções de saúde e epidemiologia, problemas ambientais rurais e contemporâneos, etc. Além disso, é importante que esse profissional saiba trabalhar com os instrumentos específicos para promoção do meio ambiente, tais como: estudos de impactos ambiental (EIA) e seu relatório (Rima), Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE), Sistema de Gestão Ambiental (SGA), etc.
Destas necessidades, surge a graduação em gestão ambiental. O primeiro curso de Gestão Ambiental surgiu no Rio de Janeiro, formando tecnólogos em Gestão Ambiental. Atualmente, a maioria esmagadora das graduações em gestão ambiental ainda é na área tecnológica. Porém, algumas universidades começam a oferecer os cursos de bacharelado em Gestão Ambiental.

Como dito, é papel do gestor ambiental conhecer as ciências biológicas, humanas e tecnológicas. Este conhecimento múltiplo proporciona uma visão das interfaces e divergências de interesses que envolvem as questões ambientais e que ocasionam, muitas vezes, conflitos. Embora com viesses diferentes, tanto na área pública quanto na privada, o gestor precisa estar preparado para intermediar os conflitos e dialogar com as tecnologia oferecidas, além de diagnosticar problemas e soluções ambientais.
Para esclarecer melhor as atribuições do gestor ambiental , analisemos o que diz o MEC - Ministério da Educação- que no que tange os tecnólogos em gestão ambiental.

"o tecnólogo em Gestão Ambiental planeja, gerencia e executa as atividades de diagnóstico, avaliação de impacto, proposição de medidas mitigadoras - corretivas e preventivas - recuperação de áreas degradadas, acompanhamento e monitoramento da qualidade ambiental. Regulação do uso, controle, proteção e conservação do meio ambiente, avaliação de conformidade legal, análise de impacto ambiental, elaboração de laudos e pareceres são algumas das atribuições desse profissional. Podendo elaborar e implantar, ainda, políticas e programas de educação ambiental, contribuindo assim para, a melhoria da qualidade de vida e a preservação da natureza".
Mesmo com as diversas atribuições do Gestor ambiental, é comum encontrar pessoas que não sabem o que faz este profissional. É comum a pergunta "mas, Gestor Ambiental faz o quê?". Mesmo explicando alguns podem chegar, erroneamente, à conclusão que o gestor ambiental é um ramo pertencente às Ciências biológicas, que é um profissional genérico que atende a fauna e a flora. Essa noção se dá porque a dimensão sobre meio ambiente ainda é limitada, como mostra o resultado da pesquisa do Ministério do Meio ambiente -MMA e do ISER - "O que pensa o brasileiro sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável".
É fato que o mercado de trabalho ainda não reconhece, como deveria, o gestor ambiental. Cabe às faculdades que oferecem essas graduações colaborar na promoção dos cursos ainda desconhecidos pelo mercado, bem como na inserção desses profissionais.

A SABESP, por exemplo, acrescentou ao seu nome e missão o termo “Soluções Ambientais”. Mesmo assim, a empresa não possui em seu quadro nenhum gestor ambiental nem pretende abrir concursos para tal.

Em 2007 o Órion visitou a FIMAI - Feira Internacional de Meio Ambiente Industrial - na qual grande parte das empresas/consultorias possuía viés ambiental. Seja para implantação de SGA, saneamento básico, legislação ambiental ou execução de EIAs/RIMAs nenhuma empresa consultada declarou abrigar em seu quadro de funcionários gestores ambientais. Indagada por nossa equipe, Márcia Duarte, gerente administrativa da PM Analysis declarou que a empresa "não tem gestores ambientais, mas forma gestores ambientais dentro das empresas", porém desconhecia haver qualquer gestor ambiental dentro da empresa na qual trabalha.

Alguns representantes de empresas disseram que não importa a formação da pessoa contanto que ela possua experiência na área, pois, segundo eles a área ambiental é segmentada e cada um deve se especializar em algo.

Cabem aos inúmeros profissionais formados, às faculdades e às empresas que já empregam esses profissionais de meio ambiente, mostrar ao mercado e ao setor público a que veio o gestor ambiental.

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